Planeta Literatura: março 2007

Tânia Regina Voigt

A FELICIDADE

De que será feita? De onde ela vem?
Dizem que esta só vem do interior.
Quem isso disse, conhece-a bem?
Ao seu conceito posso dar valor?

Dizem que está guardada no meu peito
Também pode estar em minha cabeça.
Será que então, nasci com um defeito?
Como poderei fazer que apareça?

Se estiver em meu cérebro escondida,
só pode ela ser malvada ou bandida.
Já que aqui insiste em não aparecer.

Em sua busca, eu escorrego e rastejo,
mas cadê a danada que não vejo?!
A felicidade irei conhecer?

Tânia Regina Voigt

Under Ac - 2007-03-31 22:34:06

É feita de momentos
Para se fazer sentir
Utiliza todos os instrumentos
O importante é nunca desistir
Mesmo que em breve não a encontre
Mantenha-te ereta
Não me desaponte
Sei que mereces o título de Poeta.
Saudações poéticas, a Ti, que sempre me encanta
Under®AC

Veronica de Nazareth - 2007-03-31 15:17:03

Tânia, muito querida amiga, que Maravilhoso! Assim também já andei muito a perguntar..."será que nasci com defeito"...?rsss...Amei tudo, mas amei isso/essa expressão, que tornou-se lindamente poética. Bom Findi,amiga. Bjs.

Tânia Regina Voigt

GRÃO DE AREIA

Ai de ti pequeno grão de areia.

Como ousas iludir-te e sonhar?

Imaginas-te igual à sereia

e aspiras a imensidão do mar.

Não vês que isso é pura loucura?

Pensas que ele está te chamando.

Mas não é a ti que ele procura.

Como podes ficar sonhando?!

Este mar só te fará sofrer,

será motivo de dor e pesar.

Deves parar, tens que te conter.

O que é um grão de areia no mar?

Mas, se nessa imensidão tu entrares,

já não terás mais o que fazer.

Teu coração loucamente vai pulsar,

até que este mar te faça padecer.

Tânia Regina Voigt

Saura Izabete de Oliveira - 2007-03-31 21:40:35

O que um gão de areia no mar?
Não será com uma simples vida dentro de uma eternidade?
Teu poema é sonhador e reflexivo ao mesmo tempo
Abraços, poetisa

Ernane Calado de S. Melo - 2007-03-31 19:03:42

Sonhos impossíveis!
Será?
Haverá o impossível
no sonhar?

Belo poema

Veronica de Nazareth - 2007-03-31 15:54:04

Tânia, querida amiga: amei, de ponta a ponta...Senti a exatidão "da coisa"; é o que somos: meros grãos de areia. Sempre penso assim e nisso. Esta madrugada escrevi Inundação(que depois vou publicar), é um Hai Kai "perfeito", falando justo no grão de areia...Passei boa parte da noite e madrugada "estudando em exercícios" o Hai Kai -puro e perfeito mesmo!-, que é minha Grande Paixão. Amei teu poema-reflexão. Bjs.

Tânia Regina Voigt

DOCE FUSÃO

Hoje sou mais contente
Porque mesmo ausente
Estás sempre presente

Alegrando mi’a vida
Fazendo-a colorida
em tentação desmedida

Nesta doce ilusão
Aqueço meu coração
Em desvairada paixão

Já não posso me conter
És tudo o que eu quero ter
E essa tua forma de ser,

Enternece-me e inebria,
Enchendo todo o meu dia
De sonho e fantasia.

Aqui está um coração
Que pulsa a tua espera
E nessa espera...

Liquefaz-se contigo.
Meu querido amigo,
Meu amor, meu tesão.

Tânia Regina Voigt

Thomaz Barone Neto - 2007-03-30 23:26:17

Avião...
Lindo!
Um forte abraço .
Baroneto

Iza Klipel - 2007-03-30 22:41:21

Um doce enlevo nos braços da sua Poesia!
Adorei, Querida Poeta!

Beijo carinhoso, viu!
Iza

Maria José Zanini Tauil - 2007-03-30 21:50:01

Dois seres fundidos
em sonho e fantasia,
na espera da realização.
Lindo!
Beijossssssssssssssss,

Otávio Coral - 2007-03-30 21:12:43

Belo poema Tania! Intenso no teu sentir criativo.
Abraço

Amália Lopes Rosa - 2007-03-30 20:54:34

É tudo que eu quero ter...o Amor...sempre o amor.
Gostei
beijo para ti amiga

Amália LOPES

Tânia Regina Voigt

MEU TRAVESSEIRO

Na luta, com meu travesseiro,
minha cama parece um vespeiro.
Viro e reviro feito bicho carpinteiro.
Só quem me consola, é meu fiel companheiro.

Meu travesseiro, almofada ou coxim...
Que nunca reclama, se me porto assim.
Puxo-o pra perto, o empurro de mim,
Mas, volto a buscá-lo quando a fim.

De tanto apertá-lo,
empurrá-lo
e buscá-lo
consegui amassá-lo,
alisá-lo...

Mas, o bichinho continua sempre em meu costado
participando de tudo acanhado
Sem reclamar da confissão de pecado.
Nem sequer, demonstra ficar enciumado.

Parece saber que mesmo falando,
mesmo tudo confessando,
com Deus conversando,
ainda continuarei pecando...

Ah! Se esse travesseiro pudesse falar...
Quanta coisa teria pra contar.
Quantas noites a seu tecido molhar,
tantas outras com ele a sonhar...

Tânia Regina Voigt

Théo Drummond - 2007-03-30 16:58:47

Amiga Tânia Regina, por tudo o que sua bela poesia já conta, acho melhor, mesmo, que esse seu
travesseiro permaneça mudo...
Beijo fraterno do
Théo drummond

Genaura Tormin - 2007-03-30 16:35:14

Que lindo! Tiro o chapéu! Uma poetisa e tanto... Temas diversificados. Poesia até para o travesseiro! Eu adoro o rimadinho.
Parabéns, menina, vc já nasceu poeta!

Iza Klipel - 2007-03-30 15:16:54

Tânia...
Já te li, mas não havia comentado ainda!
Aproveito para te dar as boas vindas ao
nosso Planeta e parabenizá-la pelo belo
Poema!
Se nossos travesseiros falassem... Ai ai!!

Beijo no seu coração, Linda Poeta!
Iza

Tânia Mara Camargo - 2007-03-30 13:36:17

Se o travesseiro pudesse falar Tãnia, valha-me Deus,
dá até medo, meu pai ia me sufocar com ele por
tantos pensamentos...Adorei o texto e este teu estilo gostoso de se ler.

João Braga Neto - 2007-03-30 13:32:51

Minha criança querida, Beijo-te o coração, por este perfumado travesseiro!

Edimo Ginot - 2007-03-30 11:05:57

Querida Tânia

Interessantissimo teu poema. Acho que realmente o travesseiro serve também como analista. E acho que seria (se ja não o é) dos bons.

Um abraço
EG

Miguel Eduardo Gonçalves - 2007-03-30 09:41:14

Dá-me a impressão de que
exalam pelas entrelinhas
as virtudes da poetisa
que se encerram pelos versos
de certo modo expositivos!
Abraço do Miguel-

Tancredo Ou Poeta Natan - 2007-03-30 08:46:32

Tania
Agradeço seus comentários que fez aos meus poemas, no entanto vc também é bárbara. Faz poemas espetaculares e esse é um deles. Receba os meus parabens. Esse último verso é fechamento divinal...
"Ah! Se esse travesseiro pudesse falar...
Quanta coisa teria pra contar
Quantas noites a seu tecido molhar
Tantas outras com ele a sonhar..."
Bjs! Amei!

Veronica de Nazareth - 2007-03-30 00:38:12

Tâniaaa!!! Espetacular, eis a definição. Ah, se o meu falasse e ainda tivesse "memória"...rsss...iria contar bem mais do que tuas lindas e poéticas batalhas com o teu, amiga...rssss. Amei teu poema. Bjs.

Mary Fioratti - 2007-03-29 23:36:03

Tania: Imagine se nosso travesseiro falasse, nao minha amiga? Quantos pensamentos infiltrados nele, quantas coisas sabe de nos... e o maltratamos tanto!
Linda poesia minha amiga, real...inteira.
Beijos com carinho
MARY

Tânia Regina Voigt

AVÓ BANDIDA

Nasci num pobre casebre
e a minha mãe cheia de febre.
deitada em cama dura,
bebendo chá e água pura.
Mas, remédio não tinha, não.
O que fazer então?

Meu pai todo alegre e faceiro,
pegou-me no colo ligeiro.
Foi logo me registrar.
Ainda tinha que ir a igreja
depois de uma cerveja,
marcar pra me batizar.

Vejam como é triste a minha vida
de nascer estou arrependida
No batizado foi uma vergonha,
e senti raiva da tal cegonha!

Meu padrinho tossindo,
que a saúde ia indo.
Queixando-se de dor na junta
chega ao altar e pergunta:
_ Me diga logo, essa reza, quanto é?
O pastor responde:
_ Aqui só vale a tua fé.

Depois, fomos pra casa.
E meu pai quase se atrasa,
precisava trabalhar,
tinha uma família pra sustentar.

O tempo foi passando e eu crescendo,
apesar de difícil ia vivendo.
Chega a época da escola
que eu passei com muita cola.
Mas isso não é o pior,
meu pai sempre fez o melhor.

Minha avó é que não saia do meu costado
pior que chiclete no pé grudado.
Feito fera gritava pra meio mundo:
Chispa fora, que essa é minha neta.
E ainda era mais direta,
dizendo: _ Vai-te embora, vagabundo!

E lá ia eu, com o coração despedaçado,
pensando como arrumar um namorado,
se a velha a todos amolga,
sem me dar nenhuma folga.

Um dia apareceu um puxa-saco
não sei se da terra ou do mato,
mas foi com ela conversar...
E, pra minha desgraça, ela disse:
_ É com ele que vai te casar.

Eu só tenho 15 anos,
muitos sonhos e planos.
Mas, a velha já está arrumando os panos
pra bem de sair o casório.
Que antes fizesse meu velório!

Agora, com pesar profundo,
o que eu queria lá no fundo,
que o meu coração implora,
é sair por esse mundo afora.
Mas não tem jeito, não.
A velha confiscou até meu alazão.

E o que não tem remédio, remediado está.
Já tá chegando a hora, vou ter que me casar.

Tânia Regina Voigt

Saura Izabete de Oliveira - 2007-03-31 12:59:59

rsrsrs Se não fosse triste seria engraçada

João Braga Neto - 2007-03-30 13:35:02

Se Verônica não aceitar a "véia", como diz o Daufen, mande-a junto com os jacarés pra ele lá no Novo Mundo-MT. Ele saberá o que fazer com ela!
kkkkbeiujos

Tânia Mara Camargo - 2007-03-30 13:34:17

Que lindo! Essa avó bandida saiu o máximo, me fez
retornar ao passado, rsrsrs, só que lá em casa
era meu pai o general rsrsrsrs. Amei!

Mary Fioratti - 2007-03-29 23:37:16

Regina: Que coisa mais gostosa de se ler!
Adorei!
Ri muito. Beijos
MARY

Veronica de Nazareth - 2007-03-29 23:17:05

hehehehehe...eu amei o poemaço, Tânia querida, cheio de "graça" e desgraça, com essa avó. Daufen tem razão: passa a véia para mim, que eu faço já, já uma sopinha light dela....hehehehehe.
Lindíssimo, amiga!
Estou ouvindo Letícia novamente, neste momento.Muito obrigada! Eu Amo Gibran e este foi um valioso presente. Eu conhecia o tex to,claro,porque Amo Gib ran,mas não o tinha em gravação.Muito obrigada,amei! Bjs.

Daufen Bach - 2007-03-29 23:11:56

kkkkkkkkkkkk...
credo...putz!!!kkkkkkkkkkkk.
dá a véia para a Verônica...ela dá jeito ligeirinha na senhora...tem umas receitas
infalíveis...rs.

Brincando aqui mas, fantástico o teu texto, o teu humor...Parabéns mesmo!!!

Beijão procê (não deixa a véia ver, senão me proibe o beijo também..rs).

daufen bach.